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08/12/2013

Desequilíbrio ecológico faz aves do alto sertão migrarem para o agreste paraibano

Aves que não são nativas do agreste da paraibano, área de transição caatinga mata atlântica, estão aparecendo e adotando-o como seu novo habitat. Entre essas aves estão o Graúna Nordestina, Casaca de Couro Grande, Lavadeira de Cara Branca, Noivinha e Guriatã entre outras.  
A constatação é do ambientalista Aramy Fablcio que conhece muito bem a fauna e flora da região. “Isto é legal, mas significa que algo está errado, ou seja, o habitat natural destas criaturas certamente está sendo desmatado. Algumas das espécies eu conheço desde criança em gaiola como exemplo a Guriatã, ave que se alimenta de frutas e que é nativa da região da zona da mata nordestina e começou aparecer por aqui com o desmatamento da mata atlântica”.
“A Noivinha, uma espécie de Lavadeira toda branca, um pouco maior que a Lavadeira Mascarada nativa da região. Ela é nativa do auto sertão nordestino e agora é cada vez mais comum aqui na região de Fagundes, principalmente no Sítio Várzea do Arroz de propriedade do senhor José Alves e Dona Tereza Alves que lutam para protegê-las. Ela tem o mesmo comportamento que a nativa daqui, gosta de ficar nos arbustos, alimenta-se de mosquitos e vive nas margens das lagoas, rios e açudes. Temos também a Lavadeira de Cara Branca, uma espécie de Lavadeira originaria do auto sertão que agora habita a região de Fagundes. Antes não existiam esses pássaros por aqui”, observa Aramy Fablicio.
O ambientalista também observa que “outra ave que também está habitando a região de Fagundes é a Casaca de Couro Gigante, ave endêmica do nordeste brasileiro que habita o auto sertão. Ela é parecida com a nossa Casaca de Couro pequena. Além do tamanho, a Casaca de Couro Gigante tem um canto muito alto e faz ninho parecido com o da Casaca daqui, porém de formato arredondado de gravetos e espinhos”.
“Outra ave que adotou como habitat a região de Fagundes é o Graúna Nordestino, uma das aves mais cobiçada pelos criadores de aves e traficantes, pelo seu canto alto e bonito. Desde criança eu observava quando esta ave passava voando alto e cantando ao migrar de um habitat para outro, mas não era nativa desta parte da Paraíba. Eu só a conhecia aprisionada em gaiolas trazidas por traficantes de outras regiões, mas hoje eles estão protegidos e se reproduzindo na Fazenda Matias que faz parte do Projeto Biqueira Velha e Natureza Livre. Essas aves são o xodó dos moradores, principalmente do proprietário da fazenda Matias, o senhor Nivaldo Peixoto, 68 anos, que aprecia o seu canto e faz de tudo para protegê-las dos predadores” 
 
 Para o ambientalista “O desequilíbrio ambiental é preocupante, pois aqui na região já vi espécie ser extinta como a ave Engraxadeira, ave que sequer foi catalogada, pois nunca vi foto nem em livros nem em internet. Outra ave que foi extinta era a Sabiá Branca ave migratória que só aparecia aqui no período das’ chuvas para se alimentar de insetos, principalmente o Mané Magro, esta foi por alvo dos caçadores e criadores aqui e nas outras regiões que ela predominava. Outra foi a ave Chorona uma ave parecida com o golado, porém bem maior. Esta ave era muito cobiçada por criadores e tantas outras, existem também as que estão em alto processo de extinção como as nativas, Pinta Silva, Alma de Gato e inúmeras espécies de outras aves, e  as migratórias como o Bigodinho, Papa Capim, Caboclinho Lindo, Gaturão, entre outras”.
 “A ave que eu considero como a ave condenado a extinção é o famoso Azulão Nordestino, hoje a ave símbolo da extinção no Nordeste. Quanto a mamífero, reptes, roedores e outros a situação já esteve pior, mas com os projetos  Biqueira Velha, projeto que usa plaquinhas feitas de zinco reaproveitado com os dizeres: Proibido Caçar e Capturar Animais, que são afixadas nas propriedades, Natureza Livre, área de soltura formada por todas as propriedades que aderiram ao projeto Biqueira Velha e atitudes de conscientização e sensibilização, muitos animais já começaram a aparecer como o quase extinto Gato Maracajá Pintado e o Pardo, Furão, Guaxinim entre tantos outros”, explica o ambientalista Aramy.
“O lado bom dessa migração de aves não nativas para a região de Fagundes é que elas estão se reproduzindo e como aqui a maioria das propriedades não permite a caça e a captura de animais a tendência é cada vez mais elas se proliferarem, preservando a espécie. Por outro lado podemos perceber que o desequilíbrio ecológico, principalmente o desmatamento, é o principal responsável por essa migração”, alega o ambientalista Aramy Fablicio.

3 comentários:

  1. O seu trabalho é admirável!!!!
    PARABÉNS!!!!

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  2. REALMENTE UMA LINDA CAMINHADA.
    MINHA GRANDE ADMIRAÇÃO E RESPEITO POR VOCE.
    PARABÉNS!

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  3. Muito bom, parabéns pela iniciativa. Continue fazendo esse ótimo trabalho em prol da sensibilização ambiental.

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