Desequilíbrio
ecológico faz aves do alto sertão migrarem para o agreste paraibano
Aves
que não são nativas do agreste da paraibano, área de transição caatinga mata atlântica,
estão aparecendo e adotando-o como seu novo habitat. Entre essas aves estão o Graúna
Nordestina, Casaca de Couro Grande, Lavadeira de Cara Branca, Noivinha e Guriatã
entre outras.
A
constatação é do ambientalista Aramy Fablcio que conhece muito bem a fauna e
flora da região. “Isto é legal, mas significa que algo está errado, ou seja, o
habitat natural destas criaturas certamente está sendo desmatado. Algumas das espécies
eu conheço desde criança em gaiola como exemplo a Guriatã, ave que se alimenta
de frutas e que é nativa da região da zona da mata nordestina e começou
aparecer por aqui com o desmatamento da mata atlântica”.
“A
Noivinha, uma espécie de Lavadeira toda branca, um pouco maior que a Lavadeira Mascarada
nativa da região. Ela é nativa do auto sertão nordestino e agora é cada vez
mais comum aqui na região de Fagundes, principalmente no Sítio Várzea do Arroz
de propriedade do senhor José Alves e Dona Tereza Alves que lutam para protegê-las.
Ela tem o mesmo comportamento que a nativa daqui, gosta de ficar nos arbustos, alimenta-se
de mosquitos e vive nas margens das lagoas, rios e açudes. Temos também a Lavadeira
de Cara Branca, uma espécie de Lavadeira originaria do auto sertão que agora
habita a região de Fagundes. Antes não existiam esses pássaros por aqui”,
observa Aramy Fablicio.
O
ambientalista também observa que “outra ave que também está habitando a região
de Fagundes é a Casaca de Couro Gigante, ave endêmica do nordeste brasileiro
que habita o auto sertão. Ela é parecida com a nossa Casaca de Couro pequena.
Além do tamanho, a Casaca de Couro Gigante tem um canto muito alto e faz ninho
parecido com o da Casaca daqui, porém de formato arredondado de gravetos e
espinhos”.
“Outra
ave que adotou como habitat a região de Fagundes é o Graúna Nordestino, uma das
aves mais cobiçada pelos criadores de aves e traficantes, pelo seu canto alto e
bonito. Desde criança eu observava quando esta ave passava voando alto e
cantando ao migrar de um habitat para outro, mas não era nativa desta parte da
Paraíba. Eu só a conhecia aprisionada em gaiolas trazidas por traficantes de
outras regiões, mas hoje eles estão protegidos e se reproduzindo na Fazenda
Matias que faz parte do Projeto Biqueira Velha e Natureza Livre. Essas aves são
o xodó dos moradores, principalmente do proprietário da fazenda Matias, o
senhor Nivaldo Peixoto, 68 anos, que aprecia o seu canto e faz de tudo para protegê-las
dos predadores”
Para o ambientalista “O desequilíbrio
ambiental é preocupante, pois aqui na região já vi espécie ser extinta como a
ave Engraxadeira, ave que sequer foi catalogada, pois nunca vi foto nem em
livros nem em internet. Outra ave que foi extinta era a Sabiá Branca ave
migratória que só aparecia aqui no período das’ chuvas para se alimentar de insetos,
principalmente o Mané Magro, esta foi por alvo dos caçadores e criadores aqui e
nas outras regiões que ela predominava. Outra foi a ave Chorona uma ave
parecida com o golado, porém bem maior. Esta ave era muito cobiçada por
criadores e tantas outras, existem também as que estão em alto processo de
extinção como as nativas, Pinta Silva, Alma de Gato e inúmeras espécies de
outras aves, e as migratórias como o Bigodinho,
Papa Capim, Caboclinho Lindo, Gaturão, entre outras”.
“A ave que eu considero como a ave condenado a
extinção é o famoso Azulão Nordestino, hoje a ave símbolo da extinção no Nordeste.
Quanto a mamífero, reptes, roedores e outros a situação já esteve pior, mas com
os projetos Biqueira Velha, projeto que
usa plaquinhas feitas de zinco reaproveitado com os dizeres: Proibido Caçar e
Capturar Animais, que são afixadas nas propriedades, Natureza Livre, área de
soltura formada por todas as propriedades que aderiram ao projeto Biqueira
Velha e atitudes de conscientização e sensibilização, muitos animais já
começaram a aparecer como o quase extinto Gato Maracajá Pintado e o Pardo, Furão,
Guaxinim entre tantos outros”, explica o ambientalista Aramy.
“O
lado bom dessa migração de aves não nativas para a região de Fagundes é que
elas estão se reproduzindo e como aqui a maioria das propriedades não permite a
caça e a captura de animais a tendência é cada vez mais elas se proliferarem,
preservando a espécie. Por outro lado podemos perceber que o desequilíbrio ecológico,
principalmente o desmatamento, é o principal responsável por essa migração”,
alega o ambientalista Aramy Fablicio.
O seu trabalho é admirável!!!!
ResponderExcluirPARABÉNS!!!!
REALMENTE UMA LINDA CAMINHADA.
ResponderExcluirMINHA GRANDE ADMIRAÇÃO E RESPEITO POR VOCE.
PARABÉNS!
Muito bom, parabéns pela iniciativa. Continue fazendo esse ótimo trabalho em prol da sensibilização ambiental.
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